sexta-feira, 26 de junho de 2009

Outros ares

Então eu respiro
Mas para isso preciso de ar puro
Então eu voo
Mas para isso preciso de nuvens
Então eu canto
Mas para isso preciso de voz.
Então minha respiração continua ofegante
Me cansei de alguns ares
E voei para outros com a esperança de encontrar um ar mais puro
Mais uma ilusão
Eu canto para afastar este vento forte que teima em vir
Mas ele teima em vir
Sempre
É assim que afasto as nuvens negras
Trazendo as nuvens brancas
Que nunca são brancas inteiramente.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Má distribuição

Não tenho mais espaço
Concreto
Quero respirar
Provocar uma nova sensação
Que sinta menos
Não bastam poesias
Você pode até fazer uma canção
Se não houver amor
Em partes iguais
Tudo se divide.

Para que os olhos ouçam


Se seus olhos me ouviram
É porque são pacientes
Neles existe uma serenidade
Que só a paz de um Deus pode nos dar,
Só acredito em um Deus
Este que se chama amor
Que nos mostra a quem devemos nos aproximar
Este Deus me levou ao teu lado
Sábio
ele sabia que você ia orar por mim
e honrar aquilo que os homens chamam de amizade.
E aquilo que também chamo de amizade
devo encontrar
dentro da força que tua mãe te deu
e que você as vezes me ajuda a achar.
Que todos os olhos ouçam
aquilo que queremos dizer
seja pela voz de qualquer Deus
seja pela voz de qualquer amigo.


Para Haissa

sábado, 6 de junho de 2009

Frio


Tem nevoa por detrás da nuvem,
turva como um passado
o frio traz uma saudade
que cobre o coração,
a chuva é cruel
o meu coração teima em resistir
mas ainda vejo nuvens
cinzas
o sol as vezes aparece
mas chove
e o frio
que não desapega do meu coração.
Cheio de saudade
ele responde:
queria a tua mão aqui agora
fazendo uma concha
aquecendo o meu peito
como quando se pega um passarinho
com medo que ele voe.

Ele

Ele
Tem o brilho de um violão nos olhos
As cordas de um blues na boca
E ao respirar grita com o coração
Ele
Sorri para transmitir calma
E canta com as palavras
Nele
Tudo está em paz
Nunca vi dor mais doce
Na qual ele encanta
Com a voz de um menino
Que procura um lugar melhor
Dentro de si.

Basta um dia

Um dia
Para fazer redemoinho no meu peito
Colocar os pensamentos encharcados de tristeza no varal dos esquecimentos
Trancar o desejo do amor idealizado
A cadeado.
Abrir as portas da imaginação
Se aquecer no frio dos afetos noturnos
Dormir de olhos abertos
Escutar uma melodia,
Só um dia
Para embarcar com corações refeitos
E sentir sono pela manhã
Apenas um dia,
Para se deitar com a noite e anoitecer
E dançar com os ouvidos
Ver os pés sendo levados
Pelo destino feito por mim,
Um dia
E o tempo todo me esquece.

Poeminha


Ela tem os olhos que perguntam:
quais são os olhos que me veem?
Ver fundo?
Mergulha?
Tem um açude com pupílas castanhas,
Tem um menino que pula lá...




Para Isa.