segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Perdão

Nem mesmo as palavras bastam
Perdi o hábito
Este que me quer agora ao contrário
Antes viver e escrever
Agora viver e esquecer.
Aprendi o ritmo das ruas
Do gole desenfreado
Com ânsia de se embriagar,
É tanto que quando me embriago
Esqueço da beleza do efeito
Esqueço que um belo poema poderia dar
Este segundo do gole do teu beijo.
Não escrevo e vivo
Antes morreria para escrever
As palavras fugiram
Estão com raiva de mim
Embebedaram-se em algum bar esperando por minha volta,
E eu como a mulher que traiu
Volto e peço perdão
Só me sinto feliz perto das palavras.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pássaros

Dois pássaros levaram meus desejos para perto de um coração
Puseram uma faixa que tinha escrito “destino”
Alguns viram e acharam bonito
Outros acharam estranho
Outros nem quiseram falar
Quando cheguei e mirei a faixa quiseram me expulsar
Tinha uma moça que me disse o porquê
Com os olhos ora vivos ora apertados
Fui em busca de escolher
Entrar naquele lugar ou me esconder
Mirei de novo a faixa pregada no coração
Trabalho de dois pássaros
Pássaros constroem ninhos
Pensei e assim conversei com eles
Me levaram em vôo
E mostraram a porta
Foram embora num bater de asas ligeiro
Bati na porta com intenção
Faz algumas horas
Que espero
Por um vôo de volta
Ou pela entrada sorrateira por esta porta.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ventania


Esqueceu do vento soprando os cabelos
e lentamente abriu a porta
com átomo
ato
e silêncio
não precisou de força
esvaziou-se por completo a sensação,
simples
as janelas se abriram em combinação
e outros ventos fortes entraram.