terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não moro mais em mim

Teus sons nas canções
Tua estupidez na minha consciência
Teus olhos na tela
Teu sorriso nos meus ouvidos
Teu violão no meu quarto
Tua língua no meu sexo
Teus cabelos em minhas mãos
Teu dedo com meu anel
Tua boca no meu gosto
Teu pescoço nos meus dentes
Meu desejo longe do teu.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Difíceis nós

Tens o sorriso indeciso
E a calma de uma loucura que eu não sei lidar
Eu sigo com o milagre de quem quer viver
Sentindo a paixão latejar
Ouvindo músicas românticas para esquecer
Evito a burrice dos apaixonados
Desato as tuas mentiras
E amarro as minhas.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

10/11/10

Eu não sei te guiar. Me dá tua língua que te entendo. Me deixa atravessar esse túnel onde você se esconde, escavar buracos, pular de alturas gigantes. Nenhuma palavra vai caber, nenhum símbolo vai suportar, a densidade do que não se pode descrever. Os humanos são ridículos, pendem em suas palavras, nunca sabem o que dizem. Decreto o fim dos discursos, não quero mais ter palavras para afirmar o que eu sei reconhecer com os dedos. Vamos nos trancar, em quartos escuros com drogas libidinosas, ouvir um blues etílico e excitante, catar pontas de desejos nas paredes. Gotas de chuva na luz do poste, e a calma de uma cena triste na tevê, tua voz forte que eu queria escutar, sua cantora preferida para me consolar.Porque a alma teima em lembrar do que foi bom. O frio noturno dessa cidade, a leveza da pintura de Malinowski. Tudo é mais bonito quando se é permitido amar. Me dissolvo como sal diante da tua pele, seus olhos da cor do infinito, um paraíso cheio de cores noturnas. Se tu tivesses calma como tem o teu sorriso, eu te falaria coisas bonitas, eu fecharia meus olhos mais vezes para ouvir tuas canções. Mas prefere a fúria, a loucura desenterrada do teu abismo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Recado

Para você que quis partir,

Abri as janelas para ver o sol entrar, este resquício de felicidade me traz calma, sinto que vem tudo de dentro de mim, todo sentimento é meu e não me importa se você não tenha sentido o mesmo, caminho por entre as frestas, os interstícios do silêncio desse sentimento. Ouço uma canção e planejo a felicidade, com sol e lua juntos, amor e tristeza em comunhão. A vida viaja. Vai teu caminho que eu te sigo em pensamento.

Dos meus sentimentos, sempre meus.
Beijos com calma.