Estava a pensar nos segredos que nos rodeiam, suspirei um pouco e afundei na visão da paisagem que olhava. Como quem devaneia, delira, dorme de olhos abertos, a visão embaça lentamente sob o objeto escolhido, até que os pensamentos tomam forma e imagem, e transformam a paisagem antes real em fantasia, o pensamento concretiza-se a frente. Mas por um vulto ao longe tudo que virou matéria se dissolve mais uma vez, e a realidade torna, estupefata. Os sons, as cores, as pessoas, o mundo. De volta, ao teu lado, os dedos, os teus, os meus, a difícil necessidade de te tocar, o profundo receio que impede. Ultrapassando a barreira entre o ir e não-ir consegui toca-los e confundi se o motivo de tal felicidade súbita era por seu sorriso ou pelo gesto. Como tão pequeno movimento entre duas mãos pode causar tanta felicidade? Como tal gesto consegue dizer mais do que palavras? Simplesmente os dedos passarem ligeiramente uns aos outros, não é preciso que os rostos se olhem, nem que se diga: posso? Apenas tocar.
domingo, 2 de setembro de 2007
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4 comentários:
perceber um gesto...encontrar um detalhe...n�o s�o os grandes planos que d�o certos, mas sim os pequenos detalhes...a magia ta no pequeno o grande sempre ser� mais facil de ser perfeito...
Eitchaaaa
Estudo com uma poeta e nem sabia!
Gostei do blog, estarei sempre por aqui... xerus!!
Muito bonito isso. Doce e delicado como um gesto.
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