quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Instante
Se fizesse o silêncio falar ele não diria nada. Suas mãos cheias de pó. Coração abandonado na escada, perto das botas sujas. Areia e neve não combinam. Algumas músicas melancólicas e se completava o gole de vodka, please, please, let me... e não pensava no sorriso dela, nem mesmo no amor que perdeu no último inverno. Alguma coisa para encher o copo, mais uma vez, e seu corpo estava frio, de uma vontade louca de querer e ressucitar. Tinha medo, mas não temia. Era um futuro a frente, e nunca poderia alcança-lo, pensou, futuro não existe. Agora eu existo, vou me perseguir. A procurar as chaves sobre a mesa, achou a si. Calçou as botas, o casaco, e saiu em busca do presente.
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