sábado, 23 de outubro de 2010

Suposições

Suposições enquadradas em telas de computador, nas telas das tuas lentes, no labirinto da tua risada, no espaçamento do teu sorriso. Em quantos metros de distância iremos nos colocar para impedir de nos esbarrar? Quem evita o amor só pode ser um estúpido, o amor é sorte, e sorte que nem sempre se acha reciprocamente. Então te impeço de evitar e não me evito. Aperto os botões que nos rejeitam, apago os alertas que dizem para eu não sentir, escrevo poesias, ouço músicas românticas, fico deitada olhando para o teto a suspirar. Vou guardar tua foto no computador, vou olhar milhares de vezes para entender o que acho atraente em ti. E quando te encontrar meu coração vai querer dizer algo que a minha língua não terá como expressar, e talvez você note, e se isso acontecer talvez você tenha certeza, e em algum momento alguém vai querer derrubar estes muros com socos de fera, com coturnos de couro e rocks progressivos. Talvez a gente vá passear, compre um vinho e fume um, talvez a gente ria sem parar, e eu tropece na rua várias vezes por estar ao seu lado, talvez conversemos sobre cinema, sobre as mulheres nos filmes de Bergman, sobre literatura africana, e eu te fale dos meus ex- amores, e você das suas dúvidas, talvez você se encoste em mim com doçura e eu tire casquinha da situação, aí falaremos sobre comportamentos, faríamos piadas de humor negro, e brincaríamos com as gírias gays, faríamos propostas que nunca iam ser cumpridas, eu te falaria sobre signos, e sobre poesia, sobre gatos, música folk, sobre a cantora com a música que tem o seu nome, sobre bares, sentimentos, sobre...

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