segunda-feira, 16 de março de 2009

Fonte dos desejos

Lembra das moedas que atiraste?
Numa fonte
distante
em que mil corações despedaçados
imploravam
um desejo atendido?
No inverno do querer
desejasse
e sob o comando de um deus qualquer
foste atendido.
Meu coração enfim era teu
com toda cor vermelha
e batidas apressadas...
Lembra do que desejava?
Realizaste.
Mas eu como cética
nunca pedi a deus nenhum,
nenhum encontro
nenhum carinho
nem mesmo liberdade
desta prisão
que é querer-te.
Vivo agora do teu desejo
desejo antigo
jogado em forma de moedas
numa fonte de amor inesgotável,
moedas banhadas de ouro
superficiais desejos
atendidos.
Desejo este
que de tão realizado
virou meu
tanto que nem te lembras
quantas moedas jogaste
nem lembras porque jogaste
nem lembras que queria em troca
amor.
Mais desejos fizeste depois
para mais corações frustrados
em fontes de sentimentos diferentes
amor, ódio, sexo, paixão, amizade...
Quantos corações se apaixonaram
por teus pedidos?
E porque tens tanta sorte
que te peço
Pegue de volta as moedas que atiraste
para que mais nenhum desejo teu seja atendido.

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