segunda-feira, 27 de abril de 2009

Caixinha


Se eu pudesse te colocar numa caixinha dessas
Em que guardamos lembranças
Te guardaria como uma flor
Despetalada e murcha
Como uma prova de que o amor morreu.
Mais ainda vives a pulsar suas cores
Mesmo assim se eu pudesse
Te guardaria
Como um livro que li e gostei
Te guardaria
Como um brinquedo de uma infância passada
Como uma foto de um grande amor que foi embora.
Te deixaria ali na caixinha

E somente retornaria a ver-te quando outro amor me dissesse não
Para recordar
Para lembrar do beijo e do encontro perdido no tempo
Que não volta mais,
Mas não és só lembrança
Eis pensamento vivo latejando em mim
Algo que nem o tempo com seu temperamento rude
Conseguiu te guardar.
Se ele fizesse este favor...
Não precisaria mais lembrar-te
Como um vicio
Ou obsessão do meu pensamento
Abriria a caixinha apenas quando eu quisesse
Apenas
para não esquecer.

2 comentários:

Le Monde et Les Gens disse...

prefiro deixar tudo livre, só as recordações ficam na caixa da memória.

bocadepoema disse...

q sutil..tão leve.