sexta-feira, 10 de abril de 2009

Estação vaga

Em qualquer sorriso há uma estação vaga
sem nenhuma pessoa para pegar o trem
qualquer sorriso desse que vejo
se mistura com o meu
tímido e burro
dá gargalhadas para que ouvidos escutem
e fecha os olhos para não ver
o mundo.
E eu só sorri...
para passar o tempo
só fiz questão de não existir
de não querer,
fingir.
Quantos sorrisos gastos
e quantas horas gastas pensando em sorrir
quanta vontade de abrir os dentes
e morder
morder cada parte tua
e destruí-las
te destruir.
Te tirar do mundo
e fazer-me existir.
Eu
Me devorasse
com tão poucos sorrisos
e tão poucas palavras de amor
e então o que te faz ser especial?
O que te faz ser ainda
aqui?
Deixa eu pegar o trem que dê para um lugar desconhecido
deixa eu morrer de medo
longe de você.
Posso sorrir?
Posso olhar pela janela
e ver um caminho
longe deste,
a chuva vai bater no vidro
deixa eu abrir a janela
e parar no ponto errado
longe da tua casa
longe da minha
longe do que se diz
que é preciso insistir.
Meu sorriso tem uma estação vaga
alguém pegou o trem e fugiu,
espero o próximo passageiro.

3 comentários:

Lux Alt disse...

Boa!!! Pareceu ter uma quebra ao meio, mas voce retomou o mesmo instinto ao fim... Gostei mesmo! Abraços

Le Monde et Les Gens disse...

Poizé, lindo isso tudo.
As vezes é preciso se libertar, rasgar o outro, matá-lo, para que possamos viver, seguir viajem.

Beijo.

Joana Camila disse...

Só pq vc nunca acredita q eu leio tudo,tudinhoooo o q escreve
=P
hehehehe
te digo o q achei durante a aula de L.P III