segunda-feira, 6 de abril de 2009

Madrugada

Só sobra a angústia
quando a alegria acaba
talvez por ser mera alegria
dessas compradas
com beijos e cigarros.
Sobrou um pouco de vazio
desse que nunca preencherei
por perder,
vazio
que sempre cai
com a noite.
Cai nos meus braços
depois de me agarrar a tantos,
ninguém se sustenta só
é preciso buscar.
Enquanto a madrugada
se confunde com a minha identidade
faz um traço
que divide a noite do dia
eu penso se o lugar
que estou me cabe ou
se guardo este lugar.
Saio para rua
canto canções
que nunca curam mágoas
nem amores
só curam o tédio
e dão beleza ao que não faz sentido.
Deixo então eu me entender comigo
e ir embora como os pássaros
na madrugada
fugindo da noite
que não foge de mim.

2 comentários:

Le Monde et Les Gens disse...

Eu acho que esse mundo não me cabe, hoje eu vou embora.

Joana Camila disse...

poema bipolar.
=)