Ruas estranhas passam na noite
árvores mortas contam o tempo
e rostos sorridentes brindam
a felicidade falsa.
Me perdi entre estas ruas
a procurar algo que não quero encontrar
me perdi entre as ruas
e os rostos sorridentes me convidaram para dançar
sob as luzes de postes
e a segurança de portões
repeti as músicas para dançar mais uma vez
e encontrar
o que deixei em alguma gaveta.
As poesias fugiram
me deixaram dançando com outros gêneros
e os bares cheios para mim parecem vazios
não sei porque
não consigo lembrar o que quero
entre as ruas
todo silêncio constrange
e os rostos sorridentes
não querem parar de dançar e esquecer
me olham tentadores
e meu olhar tenta fugir do vazio
que buscou em algum momento.
Minhas mãos buscam entender
porque meu coração se afasta
a cada dia
da casa que me aconchegava
meus pés ainda sabem o endereço
mas de tanto entorpecer meu corpo
andam tortos
porque nestas ruas
se esquecem
e não voltam
acabam dormindo
em uma rua qualquer.
sábado, 31 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Não-correspondido
Foi o acaso
encontrei.
Foi a vida
Me levou
Pensamento
Distante
Mãos
Instantes
Palavras
Cerimonias
Me disse adeus
e foi embora.
Uma noite ainda me quis
Busquei mais estrelas
e preenchi o céu
nublado.
Mais uma vez
morri
e a cada dia renasço
só para curar o meu cansaço
de não poder ter.
Não-correspondido
que corresponde
a não te quero.
Seja feliz
e boa sorte.
encontrei.
Foi a vida
Me levou
Pensamento
Distante
Mãos
Instantes
Palavras
Cerimonias
Me disse adeus
e foi embora.
Uma noite ainda me quis
Busquei mais estrelas
e preenchi o céu
nublado.
Mais uma vez
morri
e a cada dia renasço
só para curar o meu cansaço
de não poder ter.
Não-correspondido
que corresponde
a não te quero.
Seja feliz
e boa sorte.
sábado, 24 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Noite Cheia
Noite fria, cabelos com o mesmo penteado, a mesma roupa, e os mesmos tênis all stars que revelavam toda a sua personalidade, e no coração apenas o vazio de se conformar em estar só. Ela ainda não sabia desejar, antes daquela noite pensava que sabia, mas naquele dia nem pensava em desejo, quando nos conformamos com o vazio ele nos leva como um balão aonde quer sem que nem percebamos, caminhamos como um saco vazio levado pelo vento, sem destino e sem nenhuma esperança vinda de sonhos. Nem tinha percebido que estava livre, que os sonhos inúteis que tinha tido há alguns meses atrás tinham passado, nem tinha percebido que seu coração estava cansado de bater sozinho e que o frio da noite poderia se transformar em calor se quisesse e desejasse, mas só se quisesse e desejasse. Escuro, ruas vazias e caminhos tortos como seus pés, a noite era pintada de rubro, como seu coração, anoitecia em alegrias inventadas a cada esquina, luzes de postes, olhares luminosos e bocas fingidas. Pensou que poderia também inventar uma alegria, dessas bem canalhas, abrir garrafas e acender cigarros, sorrir e inventar estórias e elogios, inventar um outro eu, menos sincero e mais interessante, para alegrar pessoas e inventar a alegria em si mesma, fingir que a felicidade era eterna, sabia que sabia fazer isso e fez, “se tá chato agite”. Mas seu rosto se cruzou tão depressa com outro que de tão vazio também nem o percebeu, não se perceberam. A principio, pois o outro rosto era mais cínico que este, e mais extrovertido e sonhador, nem precisou de garrafas e cigarros, aliás nem fumava, a principio, e foi em direção a este rosto que o aceitou como um rosto novo em meio a sua rede de rostos que se ampliava. Logo o novo rosto era mais que um rosto, eram palavras, olhos de castanho profundo e singelo, gentileza, casa, comida e pés descalços, conversas, insinuações mais tímidas que eu, mãos, beijo, perfume e adeus.
- Adeus? Mas não vá agora, pode ficar.
- Mas tenho que ir. (com o coração indeciso).
- Então tá bom, vou te ligar.
- Pode ligar... (não acreditando)
- Vou ligar!
E ligou...
E os dias se fizeram cheios outra vez...
Tão cheios que a esperança morre e nasce a cada segundo, e enquanto eu estou escrevendo este texto, aquele rosto deve esta passando em outro lugar mais divertido que a minha sala de estar, mais conversas longas poderão conquistá-lo, e mais um beijo pode desencadear uma paixão. Mais e mais paixões estarão acontecendo neste instante, mais e mais corações vazios estão sendo preenchidos, e o mundo não é feito só de rancores, e o amor é um mero instrumento da felicidade, pergunte a ela o que sente, se sente-se vazia. Pergunte se ela não quer encontrar aquele rosto de novo. Pergunte a ela.
Ela encosta a cabeça de novo no vazio, e se põe a indagar onde estará aquele rosto agora, aonde estará aquela noite?
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Castelos
Todas as poesias nada sabem sobre o amor.
Sentimento imprevisível
Que se manifesta de forma tão previsível.
Crianças construindo um castelo
Que pode ser bem alto e nunca cair
Ou que pode ser de areia
O vento derruba
E o mar destrói.
O amor é o vento e o mar.
Sua força é constante,
Vai e vem como o mar
E passa como o vento.
Crianças constroem seus castelos
Que de nada adianta serem construídos.
Sentimento imprevisível
Que se manifesta de forma tão previsível.
Crianças construindo um castelo
Que pode ser bem alto e nunca cair
Ou que pode ser de areia
O vento derruba
E o mar destrói.
O amor é o vento e o mar.
Sua força é constante,
Vai e vem como o mar
E passa como o vento.
Crianças constroem seus castelos
Que de nada adianta serem construídos.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Era a flor...
Era a flor
tão frágil quanto eu.
Vi seus espinhos guardados
tão doce era a flor sem eles.
Me cortei e chorei
deixei ela num canto
quis ficar longe
para não me cortar de novo.
Tão doce era flor sem esses espinhos
mas ela teima em me cortar
e eu só posso dar a ela o desprezo.
Desprezo delicado
era tão bom quando eu afagava suas pétalas
sem machucar
vermelhas
com cheiro de paixão.
Descansa teu coração
teu caule não pode ter só espinhos
nem o meu só rancores.
Descanso o meu
e deito ao teu lado
sentindo o perfume
o vento passando sobre suas pétalas
vermelhas
vermelho como meu sangue
a pulsar
dentro do meu coração tão só
repousa
estou ao teu lado
mas estamos longe
ficaste em cima da montanha
eu desci para procurar outro mundo
com cama quente e chocolate
vou ficar por lá.
Fica com este carneirinho
vai te proteger
mas deixa ele passear
não tenha medo de ficar só
repousa
Como é bom o vento nos cabelos
repouso.
Logo minhas raízes se soltam
as tuas ainda ficarão cravadas
mas continuarás linda
vermelha rosa
até que alguém te colha...
domingo, 18 de janeiro de 2009
Dois mundos
Meus pés estão em dois mundos
Dois mundos imperfeitos
Dois olhos cegos
Dois braços a remar
Numa correnteza sem fim.
Enquanto um lado pesa
O outro segura.
A mais lado deste lado do que do outro
Diz um.
Há mais gente neste mundo
Diz o outro.
E nenhum encontra a solução
Para as guerras infinitas
Que seus habitantes fazem.
São dois corações
Vermelhos e inconseqüentes
Quentes e desabrigados
Pelo corpo que os obrigam
A ter só um corpo.
Para resolver a briga dos meus mundos
Ando pelo meio
Em linha reta
Como um bêbado
A cair em cada lado.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Tarde passa
O futuro não pode dar medo.
ele está lá
preso na linha do tempo,
a frente.
A frente também do passado
que também não pode dar medo algum,
pois está atrás
e não pode voltar.
Não pode ser triste a tarde
o sol está brilhando
amarelo crepúsculo
e o céu dá um tom infinito a vida
que passa.
Passa como os encontros
como as recordações.
Manda me avisar
que alguém já foi embora
como os encontros
e as recordações
e os flashes soltos de saudades
que teimam em existir,
estão soltos ainda
a pertubar sonos leves
cheios de ilusão.
Cheios de ilusão são os sonhos que ainda insistem
e não podem se realizar.
Está claro como a tarde
que no caminho existe um siga em frente
há alguns quilometros do que já passou.
Mas é doce lembrar
é doce persistir
quando não se entende o presente
que está mais presente que o passado.
Então eu guardo o cheiro que ainda levo
dentro deste baú
junto com noites,
mãos,
cartas,
e brigadeiros.
Guardo
porque no futuro ainda devo lembrar
mas agora neste presente
devo esquecer.
Como o sol que vai se pôr mais tarde
para um novo amanhecer.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Simples(mente)
Simplesmente
canções que se escondem
por entre os ouvidos.
densos amores,
densos sentimentos,
dorme tranquilo
quem não sonha em repousar.
Claro da noite para quem pretende sonhar.
Uns braços para embalar meu sono
viajar agora somente em segredo.
Em pensamento apenas o impossivel
tão possivel de existir.
Mais tarde quero o mundo e seus afetos,
ruas e casas com jardim.
Quero ser a flor
a flor procurada por beija-flores,
e mosquitos mesquinhos,
que não vão escapar.
Que seja feia a rima,
ela é minha,
sou em quem faço.
Sou eu quem faço o meu destino
sou eu quem ponho nome
na dor
no amor
na alegria
e na ilusão
que sinto.
Sinto por isto também.
Mas antes de sentir paro de pensar
porque o pensamento não sente.
Por isso que penso
demais
e não paro de pensar
e de tanto pensar
penso
que tudo que penso
é puro sentimento.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Janelas
Feche a janela
só quero ouvir o barulho do vento,
se o calor não passar
que fique.
Logo a cidade muda
e as pessoas
não.
Temos que trancar todas as janelas
mesmo que fique abafado.
Quando o amor encontra o vazio
ele foge.
Mas há dias em que o tempo muda,
chove numa terra seca,
igual aquela que o moço falou.
Há dias em que as noites são longas,
há dias de chuva com sol,
Casamento da raposa.
Mas janelas são feitas para abrir,
e meu coração tem janelas que só abrem por quem tem a chave.
Qualquer dia desses eu tranco uma
e jogo a chave fora.
Para o lado de dentro.
Para que só eu consiga abrir ou fechar.
Se fosse possível ser dono do próprio coração...
Faria cercas no meu para que não arrancassem as rosas de seu jardim.
Regaria com água de chuva todos os dias,
ao invés de lágrimas,
e deixaria uma janela sempre aberta para que entrasse o sol.
Quando voltam para abrirem as janelas?
O moço falou que isso as vezes demora.
Tomara que não esqueçam,
no escuro não dá para ver coisa alguma
e o calor vai ficar insuportável,
logo vou ter que abrir uma janela.
Mas aonde estão as chaves?
domingo, 4 de janeiro de 2009
Canção
Deus e o seu infinito silêncio
anda a completar passos invisiveis sobre a terra.
A terra que de tão velha merece sombras menos escuras,
e pés leves de anjos doidos que possam durar mais que vinte anos.
Silêncio breve de que já tenho
ando a buscar barulhos para o meu coração,
que bate calmo ao som desta canção,
tão digna de me suportar.
Há de me suportar mais pessoas,
há de me suportar mais sentimentos,
para que eu mesma me suporte.
E se eu nunca entender minha mãe e meu pai,
e se eu nunca entender o amor,
quero estar calma como uma melodia,
para continuar esta doce tentativa que é viver.
Continuar tentar a vida,
tentada a morte.
O sol se põe se pondo junto um dia,
mais um dia,
o que há de ser dos outros dias?
Para quê se perguntar sobre o amanhã?
Ando e os meus pés tortos me levam
e ainda há medo,
e enquanto houver terei vida para viver,
pois esta é a condição que se dá.
Canção rima com coração,
o amor ainda vai rimar com respeito,
e a dor as vezes pode ser mera ilusão,
feita simplesmente para rimar.
Como a luz para se apagar,
e a escuridão para se iluminar.
E de tanto ar que se ponha para que eu respire,
vou ainda respirar perfumes mais doces,
e desejar mãos mais brandas para me sufocar.
Sufocar com sufoco louco e rouco
abraços doces.
Em lençóis brancos,
macios
como sonhos
ao som de músicas
e músicas.
E hei de fazer uma canção.
anda a completar passos invisiveis sobre a terra.
A terra que de tão velha merece sombras menos escuras,
e pés leves de anjos doidos que possam durar mais que vinte anos.
Silêncio breve de que já tenho
ando a buscar barulhos para o meu coração,
que bate calmo ao som desta canção,
tão digna de me suportar.
Há de me suportar mais pessoas,
há de me suportar mais sentimentos,
para que eu mesma me suporte.
E se eu nunca entender minha mãe e meu pai,
e se eu nunca entender o amor,
quero estar calma como uma melodia,
para continuar esta doce tentativa que é viver.
Continuar tentar a vida,
tentada a morte.
O sol se põe se pondo junto um dia,
mais um dia,
o que há de ser dos outros dias?
Para quê se perguntar sobre o amanhã?
Ando e os meus pés tortos me levam
e ainda há medo,
e enquanto houver terei vida para viver,
pois esta é a condição que se dá.
Canção rima com coração,
o amor ainda vai rimar com respeito,
e a dor as vezes pode ser mera ilusão,
feita simplesmente para rimar.
Como a luz para se apagar,
e a escuridão para se iluminar.
E de tanto ar que se ponha para que eu respire,
vou ainda respirar perfumes mais doces,
e desejar mãos mais brandas para me sufocar.
Sufocar com sufoco louco e rouco
abraços doces.
Em lençóis brancos,
macios
como sonhos
ao som de músicas
e músicas.
E hei de fazer uma canção.
Assinar:
Postagens (Atom)