Deus e o seu infinito silêncio
anda a completar passos invisiveis sobre a terra.
A terra que de tão velha merece sombras menos escuras,
e pés leves de anjos doidos que possam durar mais que vinte anos.
Silêncio breve de que já tenho
ando a buscar barulhos para o meu coração,
que bate calmo ao som desta canção,
tão digna de me suportar.
Há de me suportar mais pessoas,
há de me suportar mais sentimentos,
para que eu mesma me suporte.
E se eu nunca entender minha mãe e meu pai,
e se eu nunca entender o amor,
quero estar calma como uma melodia,
para continuar esta doce tentativa que é viver.
Continuar tentar a vida,
tentada a morte.
O sol se põe se pondo junto um dia,
mais um dia,
o que há de ser dos outros dias?
Para quê se perguntar sobre o amanhã?
Ando e os meus pés tortos me levam
e ainda há medo,
e enquanto houver terei vida para viver,
pois esta é a condição que se dá.
Canção rima com coração,
o amor ainda vai rimar com respeito,
e a dor as vezes pode ser mera ilusão,
feita simplesmente para rimar.
Como a luz para se apagar,
e a escuridão para se iluminar.
E de tanto ar que se ponha para que eu respire,
vou ainda respirar perfumes mais doces,
e desejar mãos mais brandas para me sufocar.
Sufocar com sufoco louco e rouco
abraços doces.
Em lençóis brancos,
macios
como sonhos
ao som de músicas
e músicas.
E hei de fazer uma canção.
domingo, 4 de janeiro de 2009
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